De vez em quando eu penso nela.
De vez em quando a imagem da risada alta invade minha cabeça, demonstrando algum tipo de saudade pelas noites frias que já não são mais reais. De vez em quando o perfume, ora doce ora veneno, me encontra no meio da rua e eu olho pros lados, só pra reafirmar que ela não está mais ali. Não é romântico e tampouco é bonito, só é o desenrolar do jogo. Diversas pessoas passaram por mim e outras eu nunca chegarei a conhecer, mas de todos os dias que me riscam no calendário, de vez em quando tenho vontade de parar de pensar nela e a ver. E contar meus dias, desabafar novas piras. Vontade de ouvir seus novos problemas e os novos corações que ela roubou.
Trocar outros livros. Trocar alguns cigarros.
De vez em quando eu penso nela, assim como Sal pensou em Dean. Assim como diversos outros pensaram, olhando pelo retrovisor do carro, o quão estranho é perder de vista alguém que se ama. Alguém que tem tanto de você. Novas canções e novos poemas virão e se você resolver voltar e não me achar, é porque na verdade eu vou estar ali, na outra grande rota mãe, com um mapa nas mãos, te esperando. Mas a estrada é grande demais e as rodas não param de se sujar de asfalto… Assim como penso nela, penso também que ela não mais existe, e continuo a rodar.
Espero que diferente de Dean, você encontre a pira que te guia. E, por favor, nunca a perca.