Por uma rodovia sem placas.

O risco é a faísca da evolução. Se você fica parado, confortável na tediosa arte do cotidiano, onde não há medo ou sofrimento ou interrupções, então você não cresce. Se embranha na grama e vira parte conjunta de um cenário imutável. Cai na mesmice de viver de frases prontas e tabelas de campeonatos comprados.  O risco é necessário, é vital: provoca arrepios na pele e contrações na alma. É a falta de ar e a adrenalina pulsante no pensamento.

Todos buscam melhorar seus pequenos defeitos dia-a-dia, ano após ano. Por mais que a força do ego leve a acreditar que não há tanta coisa errada assim nessas frustrantes tentativas de relacionamentos sociais com o mundo, sempre se acredita que é preciso crescer. E com certeza é mesmo.

E a lei é essa: evolua. Crie. Espante. Grite. Apareça. Não queira fazer isso por mais ninguém, faça por você, por esse “serzinho” virgem de história que ainda mora dentro do seu peito. E, o primeiro passo para conseguir alcançar novos objetivos, é justamento jogar fora algumas roupas usadas, trocar LP’s de MPB e  botar alguma coisa indie rock pra tocar, e sair pela rua. Por uma rodovia sem placas, sem regras, sem limitações.

Seu emprego? Peça demissão na estrada.
Sua família? Vai estar sempre com você e te apoiar, por isso se chama família…
Seu amor? Bem, se você o tiver, leve-o. Sempre. Do seu lado, no seu colo, no seu pensamento, no seu coração… Seja onde for, apenas leve-o.
Os amigos? Irão juntos, em cada esquina e em cada sorriso.

Leve violões e garrafas de vinho. Leve livros, muitos livros. Algunas com páginas em branco, para que você também possa escrever algumas linhas tortas. Leve os gritos que os muros cinzas dessa vida urbana te calaram, leve o desejo de voar que quando você era criança te disseram que era impossível. O impossível, agora, é apenas uma linha que corta estados e que você acabou de deixar para trás.

Por isso eu digo: arrisque, garotão, arrisque.